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5 realidades inconvenientes sobre empreender com SaaS
Empresários SaaS Bons de Verdade #008
Empresários SaaS Bons de Verdade - #008
5 realidades inconvenientes sobre empreender
Hoje eu quero conversar com você sobre um assunto que me é muito caro: a realidade de empreender. Sabe por quê? Porque eu trilhei esse caminho e sei bem como é difícil e longa essa estrada.
Desde os meus 15 anos, sou apaixonada por programação e, lá pelos 17, já estava abrindo meu primeiro negócio, mesmo sem CNPJ. Vendi software personalizado, treinamentos, equipamentos... Meu hobby era empreender!
Passei por altos e baixos, abri empresas, fechei empresas, mas nunca desisti.
Dediquei os últimos 17 anos da minha vida a empreender com tecnologia, tendo colocado no mercado produtos que vão desde software sob encomenda até produtos SaaS de alta recorrência.
Nessa caminhada, aprendi MUITO. E sabe o que mais? Grande parte desse aprendizado veio de realidades nada convenientes, que ninguém tinha me contado antes. Só descobri quebrando a cara mesmo.
Mas sabe de uma coisa?
Hoje sou grata por cada tropeço, cada lição aprendida, porque elas me tornaram uma empreendedora e empresária de tecnologia muito melhor.
E é por isso que hoje eu quero abrir o jogo com você e compartilhar 5 realidades inconvenientes sobre empreender que aprendi na prática.
Quero te poupar algumas "cabeçadas" e te ajudar a trilhar um caminho mais assertivo nos seus negócios.
Realidade #1: Produto ≠ Empresa ≠ Negócio
Quantas vezes você já ouviu alguém dizer:
"Tenho uma ideia de aplicativo incrível, vai bombar!" ou "desenvolvi um software, agora é só vender e ficar rico".
Sinto te informar, mas as coisas não funcionam bem assim…
E sabe por quê?
Porque produto de software é diferente de empresa de software, que é diferente de negócio de software!
Eu sei, pode parecer confuso.
Mas calma, que eu vou te explicar direitinho cada um:
Produto é o software em si, é o código-fonte, as funcionalidades, a tecnologia. É aquilo que você ou seu time desenvolve. É a parte técnica da coisa toda.
Empresa é o CNPJ, é a entidade jurídica que vai operar e comercializar esse software. É o que te permite emitir notas fiscais, contratar funcionários, ter uma conta bancária. Mas uma empresa sem um modelo de negócio é só um CNPJ, um papel.
Já o Negócio, esse sim, é o coração de tudo. É a forma como você gera valor com seu produto e captura parte desse valor através de um modelo comercial.
Existem vários tipos de negócio de software:
Fábrica de Software: vende projetos sob demanda, customizados para cada cliente. É a "alfaiataria" do software.
SaaS Vertical (Nichado): é um software completo para um segmento específico do mercado, podendo ter algumas customizações parametrizadas. Um exemplo seria um software para nutricionistas.
SaaS Horizontal (Massificado): é um produto normalmente de baixo custo que resolve um problema transversal, independente do segmento. Um exemplo seria um software financeiro que atende clínicas, estéticas, comércios, entre outros.
Percebe como são coisas distintas?
Você pode ter um baita produto, mas se NÃO tiver um modelo de negócio sólido e uma empresa estruturada, sinto muito lhe dizer isso, mas NÃO vai decolar.
Então, o primeiro passo é entender em qual modelo você quer atuar e estruturar seu negócio alinhado a esse objetivo.
Não adianta querer resultados de negócios SaaS se você opera como fábrica de software, certo?
Pense com carinho nisso:
Qual o seu modelo hoje?
Está condizente com seus objetivos?
Realidade #2: Automação amplifica a ineficiência de processos que não funcionam
Vira e mexe me aparece alguém dizendo:
– "Rafa, eu quero automatizar TUDO na minha empresa. Odeio fazer as coisas manuais, quero que a tecnologia faça tudo pra mim!"
Aí eu respondo:
– "Opa, calma lá! Antes de sair automatizando, você precisa entender uma coisa: automação amplifica a qualidade do processo."
– "Como assim, Rafa?"
É o seguinte:
Se seu processo de atendimento ao cliente, ou seu script de vendas, por exemplo, já é ineficiente, cheio de gargalos e sem atingir o resultado que você espera…
Sabe o que vai acontecer se você automatizar?
Você terá uma ineficiência automatizada.
Você vai acabar colocando uma máquina para replicar uma prática que nem você sabe se é a melhor!
Já vi muitos negócios que automatizam o atendimento ao cliente sem testar qual resposta ou abordagem realmente converte, nem fazem um teste A/B no script de vendas, por exemplo. Resultado?
Têm uma máquina trabalhando incansavelmente… para ser ineficaz.
Então, ANTES de automatizar qualquer coisa que impacte o cliente – seja atendimento, vendas ou até a jornada de onboarding –, você precisa otimizar o processo.
Agora me diz:
Tem algum processo na sua empresa que você automatizou, mas que no fundo você sabe que é ineficiente?
Pois é…
Que tal dar um passo atrás e refazer esse processo antes de acionar os "robôs"?
Realidade #3: Foco é tudo, mas é o maior desafio
Sabe qual é um dos perfis que eu mais vejo entre empreendedores, especialmente de tecnologia?
Eu chamo de "perfil homem de ferro". E não é à toa: em diversas pesquisas que roder em todos esses anos acompanhando empreendedores SaaS, 80% responderam que se identificam com ele.
É aquele empreendedor inventor que adora criar infinitos softwares – quer resolver cada problema com uma nova solução, um novo código.
Começa com um software financeiro...
Mas logo sente vontade de criar um software para marketing...
E, na sequência, quer resolver o próximo desafio com outro software de outro segmento.
O problema é que ele quer inventar, mas raramente pensa na venda.
Não quer dar tempo para um software crescer e se estabelecer no mercado e já está de olho na próxima invenção.
Já viu essa história antes?
Para mim, esse perfil é muito parecido com o de Nikola Tesla.
Tesla era um gênio da invenção, criou tecnologias revolucionárias… mas morreu pobre.
Ele não conseguia se prender a uma solução só, enquanto Thomas Edison, por exemplo, conseguia colocar o chapéu de empreendedor, construir negócios em cima das invenções e transformá-las em resultados concretos.
A verdade é que o foco é tudo.
E foco não significa ter só uma ideia, mas sim casar com um problema específico e trabalhar para resolvê-lo de forma única e completa.
Quando você dispersa sua energia e atenção em várias frentes, você até consegue tocar várias coisas ao mesmo tempo, mas NÃO aprofunda em nada.
Agora, quando você canaliza toda sua energia, todo seu foco, em um único projeto, aí sim você começa a realmente construir algo relevante.
Imagem retirada do livro "Essencialismo"
Eu sei que não é fácil, especialmente quando você está começando e precisa se "virar nos 30" para pagar as contas.
Mas acredite: quanto mais você conseguir afunilar seu foco, mais rápido você vai avançar.
Então, o recado aqui é: escolha UMA coisa e se dedique 100% a ela.
Seja um software, seja um segmento de mercado, seja um modelo de negócio.
E claro, dê tempo ao tempo para esse foco render frutos. Não fica pulando de galho em galho a cada 2 meses. Foco é sobre consistência e persistência.
Realidade #4: Empreendedor ≠ Investidor
Uma coisa que eu vejo muito por aí são empreendedores querendo agir como investidores.
Eles acham que, para minimizar riscos, precisam diversificar e ter várias frentes de atuação ao mesmo tempo.
Aí, lançam um software para uma coisa, outro software para outra… A famosa “estratégia de investidor”, onde acreditam que ter várias frentes aumenta as chances de sucesso.
Mas deixa eu te contar um segredo: empreendedor não é investidor!
São papéis diferentes, que exigem mentalidades diferentes.
O investidor, ele coloca dinheiro em vários ativos diferentes para diluir o risco.
Ele bota um pouquinho em ações, outro pouco em fundos imobiliários, uma parte em renda fixa, e por aí vai.
E faz sentido para ele, porque o ativo principal que ele está alocando é o dinheiro.
Já o empreendedor, o ativo principal que ele aloca é o tempo e a energia!
E tempo e energia NÃO se diversificam.
Ou você dedica tudo para um projeto, ou nada recebe o suficiente.
Não tem meio-termo.
Então, quando o empreendedor tenta aplicar a lógica do investidor e quer tocar várias coisas ao mesmo tempo, sabe o que acontece?
Ele acaba não alocando nem tempo, nem energia suficiente em nada. E o resultado? Todos os projetos ficam medíocres, ou pior, acabam falindo.
Eu costumo dizer que:
Não há nada melhor para ferrar o plano A do que um plano B.
No empreendedorismo, você não tem “reservas de energia” para dividir em dois caminhos – o que você não coloca de energia total no plano A, dificilmente vai encontrar depois para ele.
É simples: a estratégia que serve para o dinheiro não serve para o seu tempo e energia.
Você é o motor da sua empresa. Você dá o tom e direciona o ritmo.
Se o seu compromisso está dividido entre vários projetos, como espera que sua equipe siga firme na mesma direção?
Então, especialmente no início do seu negócio, esqueça essa de "agir como investidor".
Escolha um projeto e invista tudo o que você tem nele. Seja o melhor, domine o mercado, e só depois pense em expandir.
Realidade #5: Ninguém se importa mais com seu negócio do que você
Sabe aquela velha história de que…
Quando a gente abre um negócio, dinheiro começa a chover do céu e clientes aparecem do nada, loucos para comprar o que você tem para oferecer?
Pois é, fica o aviso: isso é fantasia!
A verdade é que ninguém, eu repito, NINGUÉM se importa mais com seu negócio do que você.
Não importa se você tem o melhor produto do mundo, o software mais inovador do mercado…
Se VOCÊ não entende seu cliente, se você não sai por aí para VENDER, ninguém vai bater na sua porta pedindo para comprar.
Vejo muitos empreendedores tentando delegar logo essa responsabilidade fundamental. Dizem:
“Vou contratar uma agência para resolver o meu problema!
Eles vão definir meu perfil de cliente ideal, vão cuidar da minha marca e vão fazer as vendas decolarem!”
Deixa eu te contar: agência não foi feita para salvar o seu negócio.
Ela é uma parceira para executar, para apoiar – NÃO para decidir os rumos estratégicos nem substituir seu papel como líder e motor do negócio.
Porque, afinal, se VOCÊ não sabe nem para quem está vendendo, nem o motivo pelo qual seu cliente compra, como espera que uma agência faça isso por você?
E o que mais vejo por aí são negócios que entregam o software e o logotipo para a agência e, depois, culpam a agência por não vender.
E ainda falam: “Ah, essa agência é incompetente, eu já fiz minha parte criando o produto!” (rsrs)
A responsabilidade de fazer seu negócio acontecer é TODA SUA.
Então, se você quer que seu negócio dê certo, não terceirize as coisas mais importantes.
Assuma as rédeas do seu negócio – especialmente de VENDAS.
Ninguém vai conseguir vender seu produto melhor do que você, que é o dono do negócio e sabe cada detalhe dele.
» Marque reuniões, faça demonstrações, ligue para clientes potenciais.
» Entenda as dores do seu público e como seu produto resolve essas dores melhor do que ninguém.
Após tudo isso…
Quando você já tiver um processo de vendas redondo, aí sim, você treina outras pessoas para replicar esse processo.
Mas no início, é VOCÊ que tem que ser o motor.
Não espere um "salvador" externo, seja seu próprio herói.
Assuma o protagonismo do SEU negócio.
E não pense que fazer vendas é "perda de tempo". Muito pelo contrário!
Trazer receita para dentro da empresa é o trabalho mais importante que existe, porque sem receita não tem negócio, simples assim.
Então, bota na sua cabeça: a responsabilidade é sua. O protagonismo é seu. Ninguém vai se importar mais com seu negócio do que você mesmo.
E para fechar, eu quero te deixar com uma reflexão:
Qual dessas realidades inconvenientes mais te impactou?
Seja qual for essa verdade inconveniente, eu quero que você leve essa reflexão para o seu dia a dia.
Que ela esteja sempre martelando aí na sua mente, te provocando a sair da zona de conforto e encarar essas realidades de frente.
Bloco Especial: Mentalidade do Empresário SaaS Bom de Verdade
🧠 Comportamento é TUDO!
Sabe o que separa os empreendedores de SaaS que chegam lá daqueles que ficam eternamente patinando?
Não é o produto, não é a tecnologia, não é o tamanho do mercado… É o COMPORTAMENTO!
Depois de anos empreendendo, errando, aprendendo, acertando e crescendo, eu posso te afirmar com propriedade: comportamento é TUDO.
Não adianta ter todas as táticas, estratégias e frameworks na ponta da língua se você não tiver o comportamento empreendedor.
Porque, sem o comportamento certo, os melhores frameworks não saem do papel.
E sabe qual é o primeiro passo para adotar esses comportamentos vencedores?
Aprender rápido!
Mas entenda bem: aprender não é só ler, não é só consumir informações. Aprender é fazer acontecer, é aplicar, é testar.
O maior ativo do empreendedor não é o dinheiro, não é o tempo, é a capacidade de aprender rapidamente com os erros e acertos.
Porque empreender é uma jornada de aprendizado constante. Você vai errar MUITO, mas o segredo é errar rápido, aprender com o erro e ajustar a rota.
Então meu conselho é: anote TUDO.
Depois de cada ação, de cada decisão, sente e registre o que deu certo, o que deu errado e o que você faria diferente da próxima vez.
Com o tempo, você vai criando a sua própria "biblioteca de aprendizados" e vai ficando cada vez mais rápido e assertivo.
Outra coisa fundamental para a mentalidade empreendedora é entender que empreender é um exercício diário de transformar vontade em realidade.
Não adianta só ficar no mundo das ideias, dos planos mirabolantes.
Você precisa colocar a mão na massa e FAZER ACONTECER.
Transforme seus desejos em metas concretas >> suas metas em ações >> e não pare até ver o resultado, mantenha o foco.
Claro que, no meio do caminho, você vai encontrar MUITOS obstáculos. Vão surgir mil oportunidades para desviar a rota, procrastinar ou desistir.
Mas é aí que entra o nosso último pilar do comportamento: mentalidade e valores essenciais.
Todo empreendedor de sucesso que conheço – e o que sempre apliquei na minha vida – é guiado por uma combinação de mentalidade e valores sólidos que direcionam cada decisão.
Aqui estão os três que considero fundamentais e sempre coloquei em prática:
1. Compromisso - Assuma a responsabilidade, honre sua palavra, não arranje desculpas. Se comprometeu? FAZ ACONTECER!
2. Responsabilidade - Não jogue a culpa nos outros nem espere por um salvador. O protagonismo é seu; assuma as rédeas do seu negócio.
3. Coragem - Tenha coragem para fazer o que precisa ser feito, mesmo com medo. Tenha coragem para cobrar, para dizer não e para se posicionar. Quem não tem coragem, não empreende.
Então, meu querido, o recado aqui é: cuide da seu comportamento empreendedor como se fosse seu ativo mais precioso, porque ele é.
Cultive o hábito de aprender rápido.
Transforme sua vontade em ações concretas.
E jamais abra mão dos seus valores.
Com os comportamentos adequados, baseados em valores sólidos e com uma mentalidade bem estruturada, somados às estratégias e técnicas certas, não tem desafio que você não supere, nem meta que você não alcance!
Bora executar e assumir a autorresponsabilidade.
Grande abraço e até a próxima news!
Rafa Campos
Fundadora da Academia do SaaS
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📖 Livro: Dominando o Ciclo de Mercado
🎧 Música: Eurythmics - "Sweet Dreams"
🍿 Filme: O Preço da Verdade
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✏️ Escrita por: Rafaela Campos (Fundadora Academia do SaaS).
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